terça-feira, fevereiro 16, 2010

identidade

A menina fazia perguntas comparativas, sempre! Entendia o mundo apaixonadamente, dando valor afetivo às coisas e às pessoas. Sua mãe, por vezes entediava-se diante do interrogatório a que era submetida. Sua forma de entender às pessoas vinha das escolhas que o interrogado fazia. E disparava questões: "Você gosta mais de azul ou de verde?", "Macarrão de letrinha ou redondinho?", "Praia ou campo?", "Março ou novembro?", "Quem você acha mais bonito: Kleiton ou Kledir?", "Bolo de cenoura ou de chocolate?". Escolhendo respostas para satisfazer sua filha, a mãe refletia sobre si mesma. A menina cresceu e as perguntas apenas sofisticaram-se, "François Truffaut ou Jean Luc Godard?", mas continuaram. A menina muito cedo aprendeu a "ser alguém" buscando no mundo lá fora tudo o que ressoasse o mundo do aqui dentro.

Um comentário:

Ana Palíndromo disse...

mania de explicação.
entender e questionar...

meninas assim, crescem com um olhar diferenciado...
pq sente e vive ...
mas meninas assim, só precisam tomar cuidado para não pensar demais em vez de agir...

bjinho