quarta-feira, dezembro 20, 2006

coisa acontecida

Se se escreve, não se acredita. Vão dizer que é rima pobre, pueril. Pieguice de quem não conhece os mistérios da sutileza. Mas eu vi, e era tanta poesia que não cabia nesse mundo. Atravessando a rua, vi uma pequena menininha vendedora de flores. Estava suja e tinha o cabelo ralo. Puxava um fio amarrado a uma caixa de papelão. Dentro da caixa, vasos de flores coloridas. Era difícil puxar a caixa, não deixar as flores cairem e ainda ter atenção para não ser pisoteada por um monte de pedestres apressados. A menina era fato, coisa acontecida e o bairro, de nome não menos poético, era a Praça da Árvore. Avisei, se se escreve...

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