quinta-feira, dezembro 14, 2006

05 de janeiro

Abriu a agenda velha num dia qualquer. Nenhuma anotação. Nada de lembretes ou compromissos para não esquecer. Um dia em branco, comum e branco, passado. Pensou que quando fosse velha, velhinha, bem velhinha ou quem sabe quando nem existisse mais, essa agenda serviria de documento histórico! Documento histórico! Rastros de seu dia a dia.
Então tratou de mentirosamente completar a folha branca com compromissos importantes e detalhes que julgava que a fariam uma pessoa interessante. Completava a agenda meticulosamente, invadindo dias e meses passados. Era o que tinha de fazer, afinal não se podia passar um vida assim em branco.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gabriela,

Gosto da singeleza dos textos profundos.
O seu é um deles.
Parabéns por tanta sensibilidade e talento.
PS. Ah! Não tenho como deixar de dizer...Tanto orgulho!

Anônimo disse...

Gabriela,

Gosto da singeleza dos textos profundos.
O seu é um deles.
Parabéns por tanta sensibilidade e talento.
PS. Ah! Não tenho como deixar de dizer...Tanto orgulho!

Anônimo disse...

Gabriela

Onde estava escondida essa escrevinhadora? Estou gostando muito. Afinal, filha de "peixa"...