terça-feira, setembro 08, 2009
jeito de gente
Como água assumia outras formas. Se moldava à arquitetura alheia: ganhava traços, escadas, cores e janelas que não eram suas. Visitava o gosto dos outros por pura compaixão. Amava demais o que era humano e se esquecia que, ela própria, não era bicho. "Gosto de pessoas simples", pensou. Mentia. Queria ela poder não enxergar a si mesma em tudo o que via. "Vejo demais". E não era mentira, podia ver mesmo a carne sendo digerida em barriga alheia. Sabia do estômago do mundo e de lá, vez em quando, as coisas fediam. Água turva.
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2 comentários:
amada, é de mim?
um pouco é... um pouco seu, um pouco meu...
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