sábado, junho 16, 2007

mentora

Mas fala comigo e me leva pro abismo. Não ligo. Vem, aparece e mexe com tudo o que outrora foi construido. Deixo você falar por minha boca. Deixo que as árvores caiam e a tempestade derrube o que tem que cair. Agora assim acordada, não tenho medo. Vem e me mostra teu machucado: tiramos o espinho uma do dedo da outra. Chupo teu sangue com amor. Te espero com rosas cor-de-rosa e suéter vermelho. Até pinto a boca de batom escarlate - você vai rir porque nunca soube falar com a boca pintada de batom. Vem que te faço sopa de beterraba - estou craque no trato com a panela de pressão - e só tomaremos meia porção. Pode entrar pela fresta da janela que agora sem medo, eu te espero. Sei que tua tristeza era das mais felizes.

3 comentários:

Anônimo disse...

O que entra pelas frestas, preenche todos os espaços, compartilha segredos e é cúmplice de sangue, só pode estar intimamente fincada em sua existência. Brinque sem medo, ouça o que há a ser dito, diga o que quiser. Está em você. E para você...

Isabela Cordaro disse...

nossa, estou impressionada!

Marisco disse...

Q Blog belo!