Acontecia toda vez, um quase acidente sublinhava detalhes de sua vida que anunciavam coisas futuras. No momento em que os vivia nunca os percebia, mas anos ou meses depois o rastro era revelado.
A rua de sua nova casa era casualmente a mesma em que, sete anos antes, quase fora atropelada.
Outra vez ficara presa num elevador por mais de duas horas. Um ano depois aquele mesmo elevador tornou-se trivial, o meio de chegar ao apartamento 51, onde morava M. P.
Um dia teve uma vontade repentina de comprar um cacho de bananas na Rua do Ouvidor. Essa vontade soou-lhe estranha, morava sozinha e jamais conseguiria comer tudo aquilo. Com a carteira na mão, prestes a pagar pelo cacho, foi roubada. Teve medo; percebeu o que ocorria.
A partir daquele dia, toda vez que passava pela Rua do Ouvidor, observava cuidadosamente o chão por onde seguia e desviava com destreza de cascas de banana.
domingo, março 04, 2007
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Um comentário:
adorei
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