sábado, dezembro 22, 2007

crua

Hoje acordei como quem pede missa. Pra que silêncio possível, se o que quero é o silêncio impossível? Aquele silêncio que muda o significado das coisas e faz do calor, frio. E do frio, chocolate quente para suavizar a vida da gente. Difícil mesmo é acordar e ser firme, viver sem chocolate quente. Desiludir frente aos iludidos e esse mundo de ilusões. Meu lugar é onde a vida é de verdade e a gente sabe que vai morrer. E viver fica finalmente colorido, vira filme de aventura com direito a beijo de amor do mocinho e letreiro com o nome meu.

rascunhos

Pode deixar que eu conto. 05:33:00
Eu vi um espetáculo que falava dela. 02/12/07
Buena dicha. 21/07/07
Comprei um chapéu vermelho no centro da cidade. 04/03/07


quarta-feira, dezembro 05, 2007

canção dos 17

Cheguei ao início da noite de hoje como criança que precisa gastar energia. Só então saí a rua e percebi que meu corpo pedia movimento, pedia olhar e ser olhada. Andando pelas ruas revivi minha canção dos 17 anos. Lembrei de um tempo em que era apenas olhar para um outro, que já queria ser esse outro de tanta compaixão que sentia pelas pessoas que me eram estranhas.
Hoje precisando gastar energia fui me consumindo e querendo dançar no corpo dos outros. Lembrei da minha canção dos 17 e de como comemorei meu aniversário de 17 anos no dia 17. Lembrei que meu pai me deu 17 rosas vermelhas. E de como eu não queria que meu namorado de quando tinha 17 anos, estivesse presente na minha festa de 17 anos. Não cabia um outro homem senão o que me salvaria, o que me redimiria. Mas ele foi, comeu um pedaço do bolo de maracujá e não me redimiu. Ainda hoje acredito que um homem me redimirá. Sei que não é possível, mas lá bem longe onde meu peito canta a minha canção dos 17 espero o meu salvador.
Hoje precisava gastar energia como cão que fica trancafiado dentro de casa. Saí a rua e meu maior ato de violência possível foi pisotear uma bexiga branca que estava abandonada na rua.