segunda-feira, maio 31, 2010

wikipedia ao meu bel-prazer

Governava a si mesma. Exímia caçadora. Costumava combater montada a cavalo, mas não era raro comparecer a pé nos campos de batalha. Vestia peles de animais ferozes, que, lhes caindo até o joelho, estavam presas ao ombro esquerdo, deixando a nu a parte direita de seu corpo. Usava escudos em forma de meia lua. E diz-se que, para melhor manejar o arco e a flecha, bem como a lança e o machado, armas em que era destra, cortava um dos seios, o esquerdo no caso.

o garçom

O garçom percebeu que eu estava triste:
- Moça, trouxe ketchup pra você por na batata. Fica mais gostoso!
Sorri um sorriso amarelado de quem não está ali. Comi olhando o nada, me levantei para sair. O garçom voltou a mim:
- Moça, você esqueceu o celular na mesa.
Voltei pra pegar o telefone esquecido e fui pagar a conta no balcão da lanchonete. De novo, o garçom:
- Moça, você vai deixar toda aquela água na garrafa? Ainda falta um monte pra acabar?
Voltei à mesa e levei a garrafa comigo. Sem muito olhar pro garçom, por pura vergonha e tristeza, saí. Ele foi atrás de mim, olhou doce nos meus olhos e disse:
- Boa noite moça. Vai com Deus.

Dormirei bem porque o garçom me cuidou com carinho.

domingo, maio 30, 2010

ar

O quarto ensolarado ainda existe, mas não existo mais dentro dele. Meu corpo se descolou daquela cama. No dia de ir embora, minha alma ainda queria ficar no edredom branco quentinho. Eu a comprimi entre meus dedos e não a deixei escapar. Levei ela comigo e te deixei junto ao quarto: ali sozinho.
Minha alma ainda pede a sua; mas alma, como criança, precisa de limite!
E foi assim que segui muda, calada, sozinha.

sexta-feira, maio 28, 2010

ouro preto



domingo, maio 09, 2010

solitários

O homem pediu a ela que sumisse, que virasse pó, que fosse embora para nunca mais. Dizia quase sem voz, como um velho doente cheio de pigarro no peito. Evitava olhar para ela. Dizia com os olhos fixos num pedacinho de raio de sol que entrava pela fresta da persiana quebrada - o primeiro sinal do dia que pouco a pouco rasgava a madrugada.
Não olhava para ela, mas tinha clareza de cada gesto que ela fazia por pura sensação, por sentir muito aquela moça. Era com dor que a expulsava, dor que dói no corpo e deixa a alma furada.
Mas ela tinha que ir embora, tinha que sumir de sua vista para todo o para sempre, tinha que deixar de respirar quente toda noite perto do peito dele. Aquele homem amava a solidão e tinha medo de gente. Mas aconteceu de amar e amar acontece mesmo quando a gente ainda não sabe o que fazer como o amor.
Ela saiu como se tivesse engolido um buraco. Sem nada entender, nunca mais voltou. Um rombo se fez em sua alma.
Hoje já retalhada a moça se desenganou do grande amor e entregar-se nunca mais aconteceu.
Dois solitários surgiram no mundo: o homem e a moça.

da minha nova paixão por stop motion

Esse foi presente da Roberta:


Esse recebi de Alice, aquela do país das maravilhas:



Quem souber de mais algum, posta aí nos comentários. Merci!