segunda-feira, fevereiro 04, 2008

a festa do jardim

A próxima festa que der em casa pedirá outra colaboração ao invés das já tradicionais bebidinhas. Pedirei aos amigos plantas para o jardim. Com vaso, terra e semente. Cada planta poderá ser batizada pelo gentil padrinho. E assim se fará o jardim.

o caderno dos sonhos

Meu filho terá desde pequeno um caderno dos sonhos. Assim que ele tiver idade suficiente para entender que sonha (se é que em algum momento a gente precise entender isso), o caderno terá início. Todos os dias perguntarei pelo sonho. Enquanto meu filho não souber escrever, escrevo eu mesma e a ele cabe o desenho do sonho. Quando o pequeno já souber escrever, será dele a tarefa. Como mãe que cobra diariamente lição de casa, eu cobrarei sonhos.

domingo, fevereiro 03, 2008

do viver para morrer e vice-versa e versa-vice

No dia em que me encontrei com Buda, ele me disse: use sua vida para se preparar pra morrer.
Eu instantaneamente, como faço a 29 anos ao ouvir a palavra morte, bati 3 vezes na madeira. Buda, gordo como um rei momo, sorriu e me disse: A morte é um espelho que reflete vida. Eu, então, pensei: pobre de mim, brasileira de mão cheia, tão distanciada de mim mesma.
Sentei, então, uma tarde e uma noite em "Yoga mudra", a postura em que Buda atingiu a iluminação. E meditei... Meditei, meditei, meditei, me editei. Vi contas a pagar, louça pra lavar, a borracha do para brisas que tá na hora de trocar, luzes, ondulações, vontade de fazer xixi, perna dormindo, bebê sendo parido, meu pedaço de madeira para isolar as besteiras, arroz com feijão, espaço vazio, dor, prazer, tesãozinho, Caetano Veloso cantando "Leãozinho", beijei todos os seres, espaço vazio, branco, branco, branco, branco e o Buda-momo sorriu.
Saindo da estante da minha avó, lá escondidinho entre santos e orações, o Buda-momo dourado, sentado em notas de dinheiro (para que nunca faltasse, dizia minha avó) foi crescendo, virou luz e deitou no meu colo. Ninei o Buda por uma manhã, duas tardes e uma noite. Questionava o coitado: sou filha de comunista, minha avó é benzedeira, minha mãe sabe de tudo do que está oculto e morre de medo. Se só a prática espiritual ajuda a compreender e encarar a morte, dando um significado real para a vida, e para a própria morte, como posso agir? Viro monja no Tibete ou sento praça em Taubaté? As duas coisas? Ou não? Se é que você me entende parceiro...
Buda dessa vez não sorriu e eu fiquei insegura. Não agradei. Ele, então, se desmaterializou. Virou um peixe e me ensinou o Yoga (foi generoso e me mostrou o Hatha e o Ashtanga Yoga). Depois que estava cansda e suada, voltou em forma de rã e me apresentou Pedro San, o massagista. Mais tarde, quando já tinha meus ossos vivificados pelo amor do massagista; Buda me apontou uma estrada que levava a Miguel Pereira. Lá pude ver as coisas como elas realmente são, em silêncio profundo e harmonia com os insetos. Buda se transmutou novamente e virou uma colher de pau e como misturava os alimentos!
Foi me instruindo por dias a fio e eu entendi: o hábito faz o monge, como já dizia outro iluminado, Mr. William Shakespeare.

Evoé, grande Buda! Namastê, sir William.

sábado, fevereiro 02, 2008

jael